6.20.2006

Penso, logo logo

Pense assim: não tem que ser tão ruim. É saudade, sim, saudade, forte, grande, querendo se mostrar pro mundo. Saudade não tem que ser ruim, mesmo quando é saudade grande. Pense assim: no voltar, assim. Sabe? Pense na saudade morrendo. Pensou? Quando tiver de novo abraço, abraço, beijo, abraço, olhar. Olhos! Isso! Pense neles... Pense nos olhos dela, que é mesmo deles que você sente saudade. E da boca. E da voz... Você sente saudades de quando passava olhando e falando, e olhando e beijando os olhos dela. E ela falando, e a voz dela te deixando calmo, assim, feito o abraço. O problema é todo esse mesmo, não é? Não? Não? O que, então? Sentir falta não é mesmo isso? Estar louco de vontade de vê-la para poder proteger, saber que ela está bem, e sorrindo? Ora... Deixe de ser bobo! É longe, mas não é o fim do mundo. E logo você chega lá! Chega! Ora... Pense com a cabeça. Não? Nega-se? Está bem... Negue-se. Quem sente saudade é mesmo você... Anseia o quê, então? O encontro? Não? Poesia então? Inspiração? Sabes muito bem que tudo é lembrança, tudo é recordação, não? Destino? Você nem acredita nisso! Ora... Pense com a cabeça. Vai se negar de novo? Bem... Olhe as estrelas, então, Estrelas, as estrelas... Quem sabe elas te matam a saudade. Ou fazem a saudade aumentar... Mas aí você decide. Ela está lá, do mesmo jeito que você, esperando, e a cruz está lá, protegendo. Você vai chegar... Vai sim. Enquanto isso, agüente. Você vai ver como é fácil agüentar saudade quando o abraço chegar.