5.26.2006

Tributo

Noto-te sereno olhar castanho,
vontade de toques estanho,
esquentar teus dedos frios
nos fios que meus sorrisos cobrem.

E é toque, de toque, retoque,
ouço e sinto sem nada ver,
e salvo da ruína o que perdi
por puro e insensato querer.

E é processo de regresso,
é fazer de pele sentido,
é buscar no fundo d’alma
a entrada do infinito.

E fazer de braços escudos,
escutar batidas em boca,
calar a som da angústia,
surrupiar do medo a voz.

E do peito mercúrio que era
não é, e agora, portanto, rendo
ao belo céu noturno que só ela viu
um tributo pelo ser Destino.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Adorei esse poema...

14:13  

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