7.24.2006

Comida


Me pega do chão, escória!

Tenho a obrigação moral de encher tua barriga, esteja eu no chão ou no inferno, no inverno de cada uma das promessas vãs que um dia te fizeram. Fizeram, sim, fizeram, você ouviu cada palavra, você não esqueceu de nada, mas prefere não lembrar... Prefere pensar que teu filho ali, arrastando-se feito um verme pelo chão por mim, eu, Alimento, alimento todos, Alimento, alimento um bolo de fubá por ti, que teu filho ali merece mais, bem mais que isso. Mais do que promessas, mais do que um passado, mais do que uma morte por mim. Ao menos isso não esqueça: vou matá-lo. Se vais sonhar comigo, amigo, peça antes permissão a teu senhor, que não sofre por mim. Viaje ao norte, ajoelha-te, use palavras corteses àqueles que lhe comandam, e talvez com um pouco de sorte e benevolência ele tenha por ti clemência e envie um pouco do que sou Alimento. Ajuda humanitária.

És Humano, criança? E teus filhos? E os filhos deles?

Recolhe-me, escória! Lixo! Alimento para uns 6 bilhões de almas...

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi Marcelo, adorei seu texto... a foto, bem, a foto é mais que triste, desumana, tantos esbanjando o poder, enquanto muito morrem de fome, e o pior, muitas crianças... beijos!

16:41  
Anonymous Anônimo said...

E aew Marcelo, blza? Não sei se lembra de mim cara, estava no último ano da facul na FEMA quando vc ainda era calouro. Da hora esses teus textos, show de bola mesmo... e aew, terminando a facul vai fazer o que? abraço. Mande notícias... fernandoimperio@hotmail.com

05:40  
Anonymous Anônimo said...

A foto é só pra confundir né? Gosto da ambigüidade do seu texto.

22:46  
Anonymous Anônimo said...

Cacete Marcelo, isso poderia ter sido um tapa na cara, mas foi um pouco além!
Lindo!

15:02  

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